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FONTES de CONSULTA

Por Janaina de Aquino


Sem dúvida, como valiosa fonte de consulta, um tradutor da atualidade necessita de um computador conectado à Internet. Contudo, é importante deixar bem claro que trata-se de uma valiosa fonte de consulta, não de garantia e, portanto, é sempre necessário realizar outras consultas até que se tenha certeza ou – pelo menos – tranqüilidade e consciência limpa e leve da tradução feita. Apesar dessa constatação parecer óbvia para a maioria de nós, aspirantes e/ou iniciantes de tradutores, não custa nada sempre reforçar o discurso de como proceder com fontes de consulta. Assim, se outrora o universo de trabalho do tradutor era restrito a uma mesa repleta de dicionários, livros, manuais e qualquer outro material que fosse acessível e pertinente naquele momento, há alguns anos a realidade tem sido outra, tem-se vivido a realidade virtual. Desde a popularização da Internet, a tradução se tornou certamente um trabalho, digamos, mais fácil. Mais fácil no que toca à variedade dos meios de consulta do tradutor. A confecção e a troca de informação também cresceu qualitativamente: surgiram, a título de breve apontamento, os tradutores automáticos, os dicionários eletrônicos, os glossários virtuais, os bancos de dados, a lingüística de corpus, sites de pesquisa, entre outros. Todas essas fontes complementaram positivamente o trabalho do tradutor, pois ninguém pode negar, ou poucos o podem, que na pressa de saber o significado de uma palavra estrangeira, recorre-se a um tradutor automático, uma página de tradução simultânea e aplica-se a palavra para saber seu sentido imediato.
Contudo, tolos aqueles que não se dão ao trabalho de verificar se a tal palavra convém no dado contexto. Logo, por esse motivo, que o esses sistemas não substituíram o tradutor humano... ainda. Ou assim esperamos por muito tempo. Até lá, uma boa tradução ainda vai precisar do discernimento racional do tradutor humano no que concerne ao contexto, ao momento, ao público alvo e, infelizmente, ao tempo cedido para obtê-la pronta. Ela depende também do nível intelectual do tradutor, pois aquele que não exercita seu intelecto pouco tem a oferecer em seu trabalho. Apesar de ainda ser um trabalho braçal, a tradução exige percepção apurada e, sobretudo, boas escolhas. Tenho o hábito de dizer que uma tradução ruim não se deve a um tradutor ruim, mas a escolhas ruins. E para não fazer escolhas ruins, um tradutor deve se informar sempre, ler sempre – e que leia de tudo –, se comunicar sempre e, se possível, se tornar um cidadão do mundo. Apesar de mal ter me iniciado ao processo de tradução, já a tenha como uma paixão e é apaixonadamente que digo tudo isso. Descobri que para traduzir é, sim, necessário saber a língua em questão, contudo, mais do que sabê-la é obrigatório conhecê-la. E conhecer uma língua significa compreender suas particularidades culturais também. Como dito anteriormente, mediante uma palavra que se desconhece o significado e não há tempo hábil para pesquisa-lo, é suficiente procurá-lo em um TA depois adequá-lo ao contexto. Repare, portanto, que neste momento, a língua não interessa mais, apenas sua função na mensagem em questão. E repare isso bem, porque agora será preciso fazer bom uso das fontes que se dispõe. Em outro texto, Luiz falou da importância das fontes e nos apresentou um objeto bastante interessante. Hoje, eu apresento outro que considero igualmente útil para o trabalho da tradução, a lingüística de corpus. Confesso que eu mesma não sei muito a respeito, mas sempre tive interesse na área. Exporei algum significado, extraído da Wikipédia Brasil: De forma geral, o conjunto de dados lingüísticos reais criteriosamente coletados utilizados em estudos de Lingüística de Corpus é chamado de corpus (plural: corpora). O corpus deve ser constituído de dados autênticos (não inventados), legíveis por computador e representativos de uma língua ou variedade da língua da qual se deseja estudar. O computador desempenha um papel importante para os estudos na área. As ferramentas computacionais são geralmente utilizadas para reorganização e extração de informações no corpus para observação e interpretação de dados, fornecendo novas perspectivas para a análise lingüística. Assim, eu apresento a quem não conhece o Corpus do Inglês Americano Contemporâneo – Corpus of Contemporary American English (COCA), acessível no endereço http://www.americancorpus.org. Esse site tem sido bastante útil para mim ultimamente. Desenvolvido por um professor americano, ele reúne mais de 360 milhões palavras desde 1990 até 2007, situadas em contextos acadêmicos, língua falada, ficção, revistas e jornais. A interface permite que se procure as palavras ou frases exatas, lemas, partes do discurso, ou qualquer combinação desses. É possível ainda pesquisar as palavras que estão perto da palavra em questão (“fenômeno” chamado collocates) dentro de uma janela com dez palavras (p.ex.: todos os substantivos próximos a chain, todos adjetivos próximos a woman, ou todos os verbos próximos a key). O corpus permite também que a procura seja limitada pela freqüência e comparar a freqüência de palavras, frases, e construções gramaticais, de pelo menos duas maneiras: • Por gênero: comparação entre linguagem falada, ficção, revistas populares, jornais e textos acadêmicos, ou até mesmo entre sub-gêneros (ou domínios), como roteiros de filmes, revistas de esportes, editorial de jornal, ou artigos científicos. • Pelo tempo: comparar diferentes anos desde 1990 até 2007. O corpus apresenta muitas outras utilidades, necessitando apenas de ser explorado. Apesar de ter o texto de apresentação (em inglês) e um guia (inglês) para os visitantes, é fácil de ser usado. Ainda assim, apresento alguns shotscreens para exemplificar o seu funcionamento. É isso. Bom proveito!
guia rápido de como usar o COCA.

1. digite a palavra que deseja pesquisar.
2. defina se você quer a freqüência/relevância/ordem da palavra a ser pesquisada.
3. selecione na seção 1 o contexto da palavra (jornal, revista, acadêmico, etc)
4. na seção 2, determine o ano.
5. em search, inicie a pesquisa.
observação: a ordem dada a cima não é obrigatória exceto, é claro, por oferecer a palavra e pesquisá-la.
6. a palavra pedida, cline nela para ver os resultados.
7. resultado do número de arquivos encontrados com a palavra pesquisada.
8. caso deseje reiniciar sua pesquisa, clique na setinha à esquerda da interface para retornar aos elementos de busca.
ao clicar na palavra, aparece a lista dos dados da palavra, como por exemplo, caso tenha escolhido textos de jornais, os nomes dos jornais onde a palavra foi encontrada.
finalmente, ao rolar a barra de rolagem para o lado, pode-se verificar a palavra no contexto solicitado.

Um comentário

Luiz Felipe disse...

Simplesmente excelente Janis, melhor do que apredermos significados, colocações e usos é vermos como (e quão frequentes) são nossas peripécias linguísticas no ofício da tradução.